quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fenômeno

O Fenômeno fecha a cortina
Ronaldo se aposenta da Seleção e deixa saudades do futebol arte



            O maior artilheiro da história da Copa do Mundo de futebol com 15 gols, atuou em três Copas, reverenciado em times rivais onde jogou, na Europa (Barcelona e Real Madrid, na Espanha; e Internazionale e Milan, na Itália), 352 gols marcados como jogador profissional, venceu duas Copas do Mundo, duas Copas América e uma Copa das Confederações pelo Brasil, 67 gols em 98 jogos pela Seleção Brasileira, três vezes eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, passou por várias cirurgias (destacando duas, uma em cada joelho, que geraram especulações sobre sua aposentadoria precoce). Que currículo, não? Não é à toa que Ronaldo Luís Nazário de Lima é conhecido como Fenômeno.
Ontem, o maior nome da Seleção Brasileira, desde Romário, aposentou oficialmente sua camisa canarinho no Pacaembu. O Brasil venceu a Romênia por 1 a 0 (gol de Fred, em jogada de Neymar) no último amistoso antes da Copa América na Argentina, todavia a atenção estava voltada para a despedida de Ronaldo. O nome do atacante ecoava nas arquibancadas do estádio.
Uma chuva torrencial (com ventos fortíssimos) caiu sobre o sudeste e sul do país impedindo que o Pacaembu lotasse de imediato. Nada que impedisse a festa.
Ronaldo entrou em campo aos 30 minutos do primeiro tempo. A forma física, obviamente, não era a ideal para um atleta, mas Ronaldo é Ronaldo, como diriam os mais eufóricos. Teve três chances de gol que mostraram que, mesmo fora de forma e sem o pé calibrado de outrora, seu posicionamento em campo e faro de gol é acima da média. Um fora de série.
No final do primeiro tempo o Fenômeno passou por um corredor formado por jogadores das duas seleções, onde foi aplaudido por todos. Deu uma volta olímpica e fez um breve discurso no centro do campo. Obviamente, o jogador estava emocionado.
Homenagem merecida a um brasileiro que deu tanto orgulho ao povo brasileiro. Que “honrou” a camisa da Seleção. Se o time atual não tem brilho, lembrando a trágica Copa de 2006 (onde Ronaldo também atuou), lembrar dos tempos de Ronaldo é esperançoso.
A seleção de Mano não tem brilho, não cativa, não encanta, não vence. Venceu a Romênia? Foi vaiada. Novamente. Sem comentários. A seleção de Dunga, com suas falhas, tinha mais força, mais vontade, vencia. A Argentina a respeitava. Nos classificamos para a Copa na terra dos hermanos, vencendo-os por 3 a 1,com um gol de cobertura de Luís Fabiano.
O mundo hoje indaga aonde foi parar o melhor futebol do mundo. Está na Espanha? Alemanha ou Holanda?
Na terra onde Pelé brilhou, Garrincha encantou, gramas pisadas por Zico, Ademir da Guia, Leônidas, Junior, Falcão, Sócrates, Pepe, Didi, Coutinho, Rivelino, Denner, Cafú, Casagrande, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Kaká, Adriano, Bebeto, Romário, e tantos outros brasileiros, a esperança é Ganso, Lucas, Neymar e uma nova geração que resgate a beleza e genialidade do futebol brasileiro. Até quando um argentino, com todo respeito, será o melhor do mundo?
Com a aposentadoria de Ronaldo uma cortina se fecha. Se abrirá novamente? Neymar será o “novo cara”, ou será apenas uma utopia, assim como foi Robinho, o “novo Pelé”? Robinho é talento nato, mas o Brasil ainda espera sua “explosão” na Seleção. Ronaldo aposta em Neymar.
O jogador merecia despedida melhor. Um Morumbi lotado. Não, a politicagem atrapalhou de novo. A fogueira de vaidades e corrupção que corrói o Brasil – inclusive o futebol.  
Está chegando a Copa América, na Argentina. Chegou a hora, Mano, de ressuscitar o melhor futebol do mundo, porque, infelizmente, só o vejo nos meus DVD’s da seleção e na internet, afinal, até no Playstation a Seleção não encanta. E nem adianta calibrar o quadrado.

2 comentários:

Blogueiros do Brasil, notícias & poesias disse...

Concordo com você, Ronaldo merecia algo melhor. Mas não falo de morumbi lotado.
Levando em consideração que o homenageado era o Fenômeno, o mínimo que os mandatários do futebol envolvidos nesta despedida poderiam ter feito era "uma melhor programação".
A única coisa que fizeram de "especial" foi colocarem um microfone no centro de campo para Ronaldo se despedir.
Não precisa se entender muito para saber que a programação foi pobre e que Ronaldo merecia muito mais do que isso.

Nando Jesus disse...

Disse tudo, Erlon.